quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Une Nana


Nana, de Émile Zola, conta a historia de uma cortesã, conhecida pelo nome de Nana. No começo do livro, Nana é uma pobre mulher de 16 anos, que tem dificuldades para alimentar seu filho, Louison. Ainda assim, graças a uma aparição no teatro, no papel de Venus, papel esse que ela aparece semi-nua e rebolando. Ela não sabe cantar, ela não tem talentos de atriz, mas seu corpo e sua volupia fazem o trabalho.
Depois dessa peça, Nana se tornou uma mulher célebre e desejada, mas principalmente desejada, pela tout-Paris, coleciona amantes como uma criança coleciona selos (se é que crianças ainda sabem o que é um selo), mas acaba escolhendo viver com o homem que ela ama, o ator Fontin. Este homem, ciumento e violento, chega a bater em Nana, antes de abandona-la pela prostituta Satin. Satin e Nana, mais tarde, desenvolverão uma paixão devorante.
Depois disso Nana, arruinada e semi-desconhecida, trabalha novamente sua ascenção social, a mais não seja, pela segurança de seu filho. Ela acaba indo atras do Conde Muffat, alto e pio dignatario francês, apaixonado por Nana desde o começo do livro. No fim, essa ligação vai fazer a ele cada vez mais mal, a medida que ele se arruina e se destroi. E seu comportamento, de firme, integro e religioso vai se pervertendo cada vez mais, ao ponto de Muffat acabar abrindo mão da unica regra que ele declarou em troca de sua honra, fortuna e prestigio: fidelidade. Ele acaba por aceitar o mar de amantes que entram e saem da casa de Nana. Seus amantes, de uma forma geral, acabam se arruinando ou se destruindo.
O banqueiro Steiner foi completamente arruinado, e o que aceitou isso de forma mais serena. Vandreuves, um nobre, se entrega a escroqueria e se suicida, e de uma forma mais espaetacular, Georges Hugon se mata no quarto de Nana. Seu irmão, também amante de Nana, rouba do Estado e acaba preso.
Enfim, Nana vai ter seu momento de ouro. Em uma das corridas, na qual uma égua homônima ganha espetacularmente, todos começam a aclamar Nana em altos brados, Em uma das mais belas cenasdo livro, Nana se levanta como uma égua loura e selvagem, no centro de toda a Paris que berrava seu nome em frenesi.
Apos essa cena, e em sequência à ruina de Muffat, Nana parte de Paris, para destino desconhecido. Boatos falam que ela entrou para o harém de um rico sultão, ou que foi para a corte russa virar amante do Czar ou de um dos principes. O fato é que Nana acaba voltando para Paris, completamente deformada pela variola, para morrer cercada das poucas pessoas do teatro que ainda a conheciam. Sua morte coincidiu com a declaração da declarada da guerra Franco Prussiana.
Foi o fim da Mouche D'Or, a mosca de ouro que saiu dos esgotos de Paris para infectar e destruir as altas classes.

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